QUEDA LIVRE
Quando você olha para seus dias passados, seu dia presente, analisa seus problemas e suas glórias, podes fazer uma analogia com uma queda livre.
A vida começa em uma corda bamba. Se você estacionar nela, o risco de cair é tão alto quanto você ir dando passos sobre ela.
Só que está corda bamba a que me refiro, não fica a menos de metro da superfície. Fica entre dois arranhas céus, no centésimo andar.
Parece um pouco assustador falando assim. Para tranquilizar, devo mencionar que sempre haverá um paraquedas nas costas, para se caso desequilibrar, abri-lo.
Esse paraquedas, é lógico, antes de estar ali com você, foi testado e minuciosamente aferido.
A novidade é que: mesmo assim, no momento da inevitável queda, esse paraquedas não vai abrir, e é friamente isso. Não importa o quão apto ele estava, ele simplesmente não vai abrir.
Por que? Pelo simples fato de que a vida e seus episódios, fogem do seu controle. Não importa o quanto se prepare, se planeje, se resguarde, uma surpresa sempre haverá, um detalhe despercebido sempre passará aos seus olhos.
Aí é queda livre! É desespero, é medo, é angústia. É ver o fim de tudo diante de si. É a frustração de ter preparado tudo para que fosse perfeito e mesmo assim, não adiantou. Não é que tenha sido pouco, talvez a resposta seja uma incógnita ainda.
Pela razão e circunstâncias, não há mais o que fazer, vai tudo ficando para trás, não há saída. E o pior de tudo é que você se dá conta de que foi você mesmo quem aceitou estar naquela corda bamba lá no alto. Não adianta querer responsabilizar alguém ou situações, porque no fim das contas, só estava você ali, e essa queda livre, é toda sua!
Mas agora vou contar algo ainda mais surpreendente: o fim ou a morte, que parecia ser inevitável, não é. Pode parecer bizarro dizer isso diante de tudo que escrevi acima, mas volto a dizer que o fim ainda não chegou.
Não se morre tão facilmente. Não sem antes sentir o que precisava sentir, viver o que precisava viver, passar pelo que precisava passar.
Da mesma forma que não se sabe explicar como o magnífico paraquedas lá do início não abriu, o seu corpo, em queda livre, consegue alcançar uma das infinitas janelas de uma daquelas torres. Sem estar esperando, mesmo desacreditado pelas circunstâncias, o seu instinto não quer te deixar cair, não quer te deixar desistir, não quer aceitar que isso seja o fim.
Nessa analogia toda, essa janela, costumo chamar de anjos. Esses anjos podem ser pessoas, objetos, animais, enfim, o que vier a sua mente.
Mas enfim, depois dessa longa história o que eu realmente queria dizer é que sempre haverá uma janela, um objeto, algo ou a mão de alguém para a gente se agarrar.
O que a gente precisa mesmo, é ter discernimento suficiente para que mesmo quando tudo parecer se acabar, conseguir enxergar as oportunidades de resgate e se agarrar nelas com toda a força que temos, e que muitas vezes só a descobrimos nessas situações.
Quero que saiba que mesmo não te conhecendo e nem sabendo de sua dor, posso garantir que a força que existe em seu ser é maior que tudo o que parece estar te “puxando pra baixo” como na queda livre, e o que parece ser o evidente fim, muitas das vezes, é só mais um começo…
ELA QUE ME ESCOLHEU
Nunca tive um cachorrinho de estimação, desses de colocar dentro de casa, pegar no colo, dar banho, levar passear…
Meu esposo cogitava a ideia, mas eu era sempre pouco entusiasmada e negativa quanto a isso.
Minha mãe e minha irmã começaram a “colocar pilha”, diziam que iria ser bom para nós, já que ainda não tínhamos filhos, ter um cachorrinho ia ser legal.
Minha irmã falava das “vantagens”, procurava fotos de cachorrinhos na internet. Me convenceram, mas com a condição que impus de que iriam me ajudar a encontrar um e que fosse fêmea, porque diziam que era mais higiênica e menos bagunceira, e como eu era muito inexperiente no assunto, aceitei essa ideia como verdade.
Também falavam que se moraria em apartamento, como nosso caso, o ideal era um cachorrinho pequeno.
Até que encontramos pela internet. Haviam duas fêmeas disponíveis, irmãs, com 45 dias de idade, idênticas.
Antes de ir pessoalmente conhecer e fazer a adoção, comentei com meu esposo de como iria escolher, se eram iguais, seria no “uni dune tê”?
Ele me disse que de alguma forma eu escolheria, haveria algo em uma que me cativasse mais que na outra, algo que ele não sabia explicar, mas que era mais ou menos isso.
Era próximo do horário do meio-dia, era um dia muito quente com um sol muito forte. Esperávamos ansiosos a chegada da moça com as cachorrinhas.
Eis que surgiu no horizonte aquela moça vindo em nossa direção, com as duas bolas de pelos brancos, uma debaixo de cada braço, brilhavam no reflexo do sol.
Quando se aproximaram, eu fiquei eufórica, e falei: “quero as duas”! mas sabia que as duas não podia ter.
Dessas duas cachorrinhas, uma era mais miudinha e a outra mais “grandona”. Não sabia se com o tempo os tamanhos iriam se equivaler ou sempre uma seria maior que a outra.
Fora a diferença de escala, eram idênticas.
Então como escolher?
Uma era bem de boa, a menor. Já a outra chorava bastante e estava inquieta, era a de maior tamanho.
Pela lógica da situação toda, eu deveria escolher a menor, pois nos seria mais conveniente pelo porte, e além disso também era a mais calminha.
Apesar disso, da menor nos ser mais “conveniente”, eu escolhi a maior, a chorona.
Não porque eu sou do “contra”, mas porque senti como se ela precisasse mais de mim do que a outra, e que juntas nos completaríamos.
Hoje, noto que não fui eu que escolheu ela, mas foi ela que me escolheu… A forma como chegou até mim, o momento, tudo o que temos vivido…
Digo que é meu presente divino, meu anjo, minha “companheirona”, meu serzinho de luz.
Acredito que nossa Luninha é realmente especial. É muito mais do que eu imaginava que podia ser. Sempre me surpreende pelas reações inesperadas, pela inteligência, pela personalidade e pelo quanto se parece comigo em tantas coisas.
Eu não tenho medo de perder ela, tenho medo de não dar a ela todo amor e carinho que ela merece…
Fui eu quem adotou ela, mas foi ela que me escolheu…
VIBRE EM OUTRA FREQUÊNCIA
Em algum lugar li um texto que falava em “quases”, usando o termo sempre de forma negativa ou infeliz, como por exemplo:
“Eu quase fui aprovado num concurso, mas fiquei em segundo lugar e não consegui a vaga.”
“Eu quase ganhei na loteria, mas errei um número.”
Lamentei tal leitura, pois me mostrava certa ingratidão, negatividade e como se tudo ou boa parte das coisas que se tinha, fossem ruins, e coisas melhores fossem impossíveis de acontecerem.
Pensei: “Ainda bem que existem os ‘quases’…”
“Um dia quase sofri um trágico acidente de trânsito.”
“No dia em que consegui meu primeiro emprego, quase perdi a hora para a entrevista.”
Ainda bem que os “quases” existem e que nem tudo de fato acontece.
Nas redes sociais vejo muitas frases que entendo que deveriam ser escritas ao contrário.
Frases que carregam energia pesada, que soam como indiretas, que reportam a recalque, a inveja, a intriga, e até mesmo a questionamento de caráter.
Por exemplo: “Ignore pessoas falsas. Elas só te fazem mal.”
Neste tipo de frase, vejo mais negatividade do que algo construtivo.
Entendo que quem posta este tipo de frase, há de concordar com o que está diz. No entanto, isto diz muito mais sobre a própria pessoa do que a qualquer outro alguém ou ideia.
Somente quem vibra na mesma frequência negativa, compartilha ou aprova tal tipo de expressão que é mais maliciosa do que benéfica.
Vibre em outra frequência.
Transmita ideias e energias positivas ou fique na sua.
O mundo não precisa de respingos tóxicos.
Ao invés da frase que citei anteriormente, poste-a de outra forma, com a verdadeira e pacificadora essência:
“Mantenha-se próximo a boas pessoas, pois isto te fará bem.”
Algo leve, simples e de impacto para quem vibra na mesma frequência de paz, de amor. Sem o intuito de se sobressair ou causar mal-estar.
Tudo o que você vive e tudo o que acontece tem uma causa, e por conseguinte, um objetivo.
Você está onde deveria estar, no tempo e no lugar certo.
O seu melhor momento é agora.
Sua realidade emocional e espiritual é o que de fato importa, e é você mesmo quem a constrói.
Pare de tentar achar culpado para tudo. Assuma seu papel diante de si e do mundo.
Você é a todo tempo testado. E continuará sendo colocado a prova até chegar no momento onde mostrará que aprendeu, e assim, passará de fase.
Tudo, exatamente tudo o que acontece traz um aprendizado, uma oportunidade de crescer, de se tornar mais forte.
Tudo depende de como você vê e encara.
O depois é incerto, o agora é tudo o que se tem.
O momento de agir, de ser o melhor que se pode ser, é agora.
O caos está dentro de você. Você pode escolher como lidar com o que acontece externamente.
A dor, o medo, o sofrimento, a angústia, irão existir em boa parte de sua jornada.
Você pode perder o controle de si, das situações, entrar em pânico e com isso tornar tudo mais doloroso. Ou então, viver o momento complexo buscando a compreensão, aceitando o que não pode ser por você modificado, tendo resignação e seguindo em frente, vindo o que vier.
Penso que acreditar e confiar em algo maior, é fundamental.
Seja em um deus, seja em uma força, seja em alguma luz, enfim, em algo superior a você a e a tudo.
Não falo de religião, doutrina, nada disso que o homem criou. Mas me refiro a algo que habita em seu íntimo, algo que faz sua alma despertar todas manhãs e que é capaz de fazer com que você veja que esse momento, não é tudo. Que algo maior existe. Que sua existência tem um propósito para o mundo, e que o infinito tem um propósito maior para você.
Nisso, encontrará uma paz que por muitos dos percalços que você passa, irá tirar seus pés do chão e dar ao seu coração o conforto que tanto precisa.
Seja luz, irradie paz, verdade e caridade.
Fale sobre o bem, transmita amor.
Seja positivo e deixe leveza por onde passar.
Vigie seus pensamentos, suas palavras.
Seja sincero e delicado.
Lembre-se sempre que para ser respeitado, é preciso respeitar.
Quando não tiver o que falar, fique em silêncio.
Mesmo querendo ajudar, nem sempre saberá se expressar direito. Então deposite ali sua intenção positiva, e assim, estará ajudando.
DAS COISAS MAIS BELAS
A vida que nasce
A semente que germina
A chuva que lava
A luz do sol que ilumina
O vento que refresca a alma
O arco-íris que colore
O solo que sustenta
O pôr do sol que comove
O abraço apertado que acolhe
O choro que alivia
A palavra fraterna que ampara
O bom exemplo que convence
A paz que se contagia
O silêncio que responde
A humildade que enobrece
A simplicidade que cativa
A sinceridade que traz confiança
A caridade que dispensa holofotes
A esperança que faz persistir
O amor que edifica
A gentileza que embeleza
A educação que impulsiona
O respeito que iguala
O pedido de desculpas que derruba
E por fim,
A gratidão que é luz na escuridão.
PERFEITA ILUSÃO
Mas se fosse perfeita,
Seria real
Errar,
Uma oportunidade de aprender
Admitir o erro,
Aceitar que se pode melhorar
Julgar-se perfeito ou infalível,
É ser escravo de uma ilusão,
É fechar-se para a evolução.
Não há perfeição
O que há, é evolução
Arrogância é um indicativo,
Do grau evolutivo.
Errar, ninguém quer
Mas uma hora ou outra, será inevitável
Dos momentos de incompetência,
Não se escapa ninguém
A diferença está em assumi-los ou
Justificá-los através de outrem.
Não se mostra quem se é,
Acertando,
Mostra-se quem se é,
Errando.
Em cada ser,
Existe um mestre e um aprendiz
Observar quem está um degrau acima,
Observar quem está um degrau abaixo,
Aprender com o que cada um diz.
Algo a ser melhorado,
Sempre haverá
Ninguém morre anjo
Nem mesmo quem é condecorado.
Acertar é bom
Dependendo do que for,
É melhor ainda
Mas ter os pés no chão,
É fundamental
Pois na inevitável queda,
A lesão é menos letal.
Em um mundo onde
A grande maioria é “perfeita”,
Ser imperfeito é bem complicado,
É “ter” que sempre acertar
Para ser menos julgado.
ESPERANÇA
Apesar de as vezes o desânimo chegar
E mesmo quando tudo parecer piorar,
A esperança ainda deverá existir,
Ainda deverá se manifestar,
Ainda deverá persistir.
Esperança é saber esperar
Com paciência, com fé
E neste tempo de espera,
Algo de construtivo praticar.
Quando a esperança tentar escapar,
É preciso que,
De tudo de tão difícil que se superou,
Se recordar.
Eu tenho esperança no futuro,
Acredito que para tudo o que
De ruim que existe agora,
Haverá cura uma hora.
Eu espero
Eu acredito
Eu pratico!
SIMPLESMENTE SIMPLES
Ser simples é ser o que se é
Sem inventar moda e sem querer se aparecer.
É ser o mesmo andando de carro de luxo,
Ou estando de a pé.
Os melhores momentos,
Na simplicidade estão.
Recordações que ficam bem guardadas
Num cantinho bem especial do coração.
A simplicidade é um cartão de visita
É notada no jeito de olhar,
Na forma de conversar,
No jeito singelo de se apresentar,
Sem querer a ninguém, impressionar.
Com simples atitudes,
Se notam grandes virtudes.
A simplicidade cativa.
Com ela se encontram,
Grandes amigos nesta vida.
Ser simples é ser autêntico.
É ser o mesmo estando onde estiver,
Vestindo a roupa que for,
Tendo muito ou tendo nada,
Sendo simples em cada gesto,
E em cada palavra pronunciada.
Ser simples é dar valor para as pequenas grandes coisas da vida.
Na simplicidade é onde mais existe gratidão.
A simplicidade ensina o valor das coisas,
Ensina a para com tudo, ter certo apreço,
E mostra que nem tudo que existe neste mundo, possui um preço.
Ser simples é mesmo sendo pequeno,
Ser gigante.
É viver o hoje e saber aproveitar e agradecer a cada instante.
Ser simples é enxergar o belo nas coisas mais simples,
É distinguir o que realmente importa na vida,
É tornar cada circunstância,
Seja a que for, mais colorida.
Ser simples, é apreciar a vida,
A natureza, a humanidade.
Ser simples, é ser paciente,
Ser tolerante, ser gente.
Ser simples é ser empático e não desejar o mal.
É ser abrigo e saber pedir refúgio quando preciso for.
É não ser maior e nem menor que o outro
Ser simples, é ser igual.
A simplicidade é a leveza da alma
É onde estão as notas mais nobres de uma canção.
A simplicidade é o maior luxo que se pode ter,
Pois é na simplicidade,
Onde se encontra a verdadeira felicidade,
E aquilo que há de mais puro no coração.
ESPELHO
Comparações, cobranças, críticas…
Engraçado como surgem soluções tão simples e que parecem até mágica para os problemas dos outros. Porém, muitas vezes não se sabe lidar com os próprios tormentos, frustrações, medos, angústias, enfim, as próprias tempestades internas.
Alguém age de forma julgada equivocada ou errada, recebe críticas, julgamentos e em algumas vezes, é até mesmo desprezado.
Raras são as vezes em que antes de julgar, se busca compreender ou se colocar no lugar desta pessoa, para que assim, se possa concluir se seria mesmo possível acertar qual a melhor forma para se agir.
Algumas vezes, mesmo se colocando no lugar do outro, não se consegue compreender a forma como o outro agiu, pois pensa-se em diversas soluções e alternativas que não levariam a ter agido de tal forma, pois como já comentado, é simples encontrar solução para os problemas alheios.
É muito rara a compreensão de que cada um tem o seu grau de sensibilidade, limites, personalidade e força para suportar os mais diversos e variados tipos de dores e situações. Esquece-se isso e imagina-se um ser em que para o qual tudo fosse simples e possível.
Por exemplo, quando alguém comete suicídio, todos surgem com motivos e alternativas que não levariam esta pessoa a tal ato. Porém são raríssimos os que se questionam se suportariam ou como aguentariam viver e lidar com a atual situação daquela pessoa.
Ninguém sabe por quais caminhos os pés do outro andou, ninguém sabe as dores que o outro sentiu, ninguém sabe das cicatrizes que existem na alma alheia. Engana-se quem pensa que sabe, pois não sabe. Só se sabe daquilo que já se sentiu e de tal forma.
Cada pessoa é um ser único, onde a vida é uma caixa que contém os sentimentos que cada um carrega dentro de si. Para alguns, essa caixa é cheia, já para outros, é quase vazia.
Muitas vezes o melhor a ser feito é nada fazer, mas principalmente, não julgar. Na atual circunstância, ninguém para é digno para isto.
O mundo precisa de ajuda, críticas construtivas, de um abraço fraterno. Opiniões vagas e vazias, são realmente desnecessárias.
Que cada um seja capaz de carregar consigo um espelho, onde possa refletir em si, a alma de quem os cerca e que antes de julgar, possa também ver a sua própria face.
IPÊS
Ipê, para muitos,
Sua árvore preferida
Majestosos e singelos,
Trazem alegria aos dias,
E enfeitam a vida
Irradiam beleza,
Transmitem paz
São obras de arte da natureza
Existam onde for,
Têm presença exuberante
Trazem exultação,
E o divino em forma de flor
Através de suas flores coloridas,
Ficam mais belos e alegres,
Campos, praças e avenidas
Com o desabrochar de suas flores,
Caem suas folhas
Assim como na vida,
Certas coisas se acabam,
Dando início a outras
Um ipê florido além de garboso,
Mostra o término de uma estação
Análogo ao fim de um ciclo,
Anuncia que a primavera está logo chegando
Novos perfumes e novas cores estão se anunciando
Quando suas flores, com calma,
Sobre o chão caem,
A superfície fica embelezada
É colírio para os olhos,
Música para os ouvidos
E poesia para a alma
Amarelos, roxos ou brancos,
Sejam quais deles forem,
São grandiosos e repletos de encantos.
AVÓS, AS CRIANÇAS ADULTAS
Um dia descobrimos que existem pessoas capazes de dar-nos um amor tão fraterno quanto o que recebemos de nossos pais.
Descobrimos isto cedo, já no berço.
Estas pessoas, muitas vezes, permitem-nos fazer o que nossos pais não nos deixariam, por exemplo as “artes” da infância.
Geralmente são mais vividas, com algumas décadas já percorridas. Carregam nas linhas de expressão o peso das dificuldades que já passaram. Mas trazem no olhar, aconchego, conforto e sabedoria.
A vida é um constante aprendizado. As vezes somos felizes e as vezes sofremos. Em alguns momentos fazemos até o que era “impossível”. Ganhamos um pouco de sabedoria. Os avós tendem a ser mais sábios, conseguem distinguir o que de fato importa na vida.
O número de dias de vida que ainda temos para viver, é incerto. O deles parece ser mais incerto ainda.
Já não têm a mesma vitalidade que tinham há alguns anos atrás. Começam a surgir algumas limitações. Os passos e os movimentos são mais lentos. Voltam a ser crianças.
Uma simples visita, uma conversa sobre um assunto qualquer, um elogio sobre seus últimos feitos, um auxilio, uma demonstração de interesse em saber como estão. O que para nós é comum, para eles é especial.
Aproveitamos a oportunidade de com eles aprender.
Sejamos gratos pelo legado que nos deixam.
Olhamo-los com ternura.
Reproduzamos nossa imagem no futuro.
VERDADES ÍNTIMAS
Quando você olha, você vê?
Quando você fala, você diz?
Quando você ouve, você escuta?
Quando você julga, você se autoanalisa?
Quando você reclama, você faz algo para melhorar?
Quando você comenta, você pratica?
Quando você quer paz, você a promove?
Quando você dá risada, você sorri?
Quando você chora, você se entrega?
Quando você quer, você deseja?
Quando você procura, você vai atrás?
Quando você quer vencer, você faz o seu melhor?
Quando você canta, você sente?
Quando você se balança, você dança?
Quando você aplaude, você admira?
Quando você estuda, você aprende?
Quando você lê, você absorve?
Quando você desenha, você imagina?
Quando você digita, você escreve?
Quando você pensa, você reflete?
Quando você discute, você raciocina?
Quando você entende, você compreende?
Quando você come, você se alimenta?
Quando você bebe líquidos, você se hidrata?
Quando você anda, você caminha?
Quando você lembra, você se recorda?
Quando você esquece, você perdoa?
Quando você fica doente, você quer melhorar?
Quando você toma banho, você se limpa?
Quando você ganha algo, você recebe?
Quando você compra, você usa?
Quando você trabalha, você produz?
Quando você erra, você admite?
Quando você posta, você é?
Quando você espera, você observa?
Quando você dorme, você repousa?
Quando você ama, você é amor?
Quando você tem filhos, você cria-os?
Quando você está em casa, é o mesmo de quando está fora?
Quando você reza, você ora?
Quando você é poeta, você é poesia?
Quando você está presente, você é presente?
Quando você envelhece, você amadurece?
Quando você se apresenta, você é?
E quando você morrer, o que você vai deixar?
UM MUNDO EM CADA SEGUNDO
Têm horas que o tempo parece que é um pássaro, porque nessas horas, ele voa. A impressão é de não haver tempo para mais nada. Mas ao invés de dizer que mal dou conta da rotina em que estou acostumada, eu busco criar o tempo.
Crio coisas compatibilizas a aquele respectivo momento. Não importa se não conseguirei fazer tudo, o que importa é que pelo menos um pouco seja feito e assim por diante, terá andamento.
Têm outras horas que o tempo parece ser um senhor muito idoso. Ele anda muito devagar, quase parando, custa a por mim passar. Ao perceber isto, e acostumada com minha rotina, quando tenho um tempo a mais, não digo que fico entediada.
Quando o tempo sobra, eu crio, invento, me reinvento, aproveitando cada momento.
Posso ter uma rotina de trabalho, e isto é normal. Mas o trabalho não pode virar uma rotina.
Existem diversas formas de fazer a mesma coisa. A ideia é cada vez aprimorar mais.
O que mais existe no mundo são oportunidades.
A todo segundo, existem coisas fantásticas a serem feitas.
Me limitar a fazer sempre as mesmas coisas, é subestimar as capacidades e ferramentas que tenho, assim como toda a humanidade as têm. É ter uma Ferrari e sempre dirigir como se esta fosse um Fusca. É me limitar a aprender, a crescer, a me desenvolver.
A vida não pode e não deve entrar no modo automático.
É preciso sempre aproveitar ao máximo cada momento, tirando algum proveito.
Não é necessária formação e nem exercer profissionalmente tudo o que eu faço ou o que crio, mas mesmo assim tentar, pois basta força de vontade e só um pouquinho de talento.
Se não há tempo, crio tempo.
Se o tempo sobra, faço coisas, crio coisas.
Descobri que o segredo de uma vida preenchida é fazer e criar algo positivo a todo momento, seja algo físico ou seja algo no pensamento.
Mesmo que o resultado não seja o melhor esperado, haverá um efeito, uma evolução, um aprendizado.
Uma mente depressiva precisa estar ocupada com algo útil.
Uma mente ansiosa precisa estar ocupada com algo útil.
Uma mente saudável precisa estar ocupada com algo útil.
Fazer algo que seja útil para si mesmo ou para alguém, é gratificante e torna mais feliz e bem aproveitado, cada instante.
Eu posso sobreviver cem anos fazendo sempre as mesmas coisas e me lamentando, ou posso viver menos tempo, mas a cada segundo, algo de positivo agregando. São as pequenas coisas que faço “a mais” diariamente, que me ajudam a passar pelo tempo e não simplesmente o tempo, por mim passar.
DIAS FRIOS
Hoje o dia amanheceu frio
Mais frio que do ontem
E espero que mais frio do que será amanhã
Da janela, espio para fora,
Avisto uma paisagem esbranquiçada de geada
Percebo o minuano fazendo as árvores dançarem
Vejo também um majestoso quero-quero,
Passeando sobre a grama congelada
Trato de logo, meu mate preparar,
Para este frio em mim, minimizar
Procuro um canto onde o sol esteja irradiando
Deixo os preciosos raios, irem me tocando
Fico um bom tempo por ali, lagarteando
O banho é temido,
Mas é preciso coragem e ir
Depois que para o banho me vou
Do banho, não quero mais sair
Ah, como é bom neste frio,
Em casa poder ficar
Dormir no inverno,
É uma das melhores formas de descansar
Sair para trabalhar é difícil,
O vento parece me chicotear
Minha pele dói
Meu cabelo parece arrepiar
O rosto insiste em ressecar
E o nariz, ah!
Este parece em mim, não mais estar
É preciso muito agasalho para me esquentar
Tenho um lar e condições de me aquecer
Sinto muito por aqueles, que frio ficam a passar
As folhas secas que caem,
Mostram de um período, a sua finalização
E trazem a esperança de regeneração
Uns dizem que adoram o frio,
Outros dizem que nestes primeiros,
Não se pode confiar
Há os que dizem que o frio é psicológico
Gostaria de saber então, se alguém tem
Algum psicólogo para me indicar
Enquanto isso, vou me acostumando com o frio,
Daqui a pouco surgirá um calor repentino, eu sei
De qualquer forma,
Preciso sempre ao clima, me adaptar
Em cada estação, ver o belo
E aproveitar o que cada uma proporciona,
Sem reclamar!
PRESENTES DO PASSADO
Com o passar dos anos, não posso afirmar que evolui, mas posso alegar que muito aprendi.
Aprendi que as vezes devo voltar ao passado e olhar com amor para aquela criança que já fui, e buscar cuidá-la da melhor forma possível.
Aprendi a lidar com a frustração e aliviar o sentimento de culpa, aceitando que em cada momento de minha vida, fiz o que podia ser feito, na tentativa e anseio de acertar.
Aprendi a não me desgastar com pessoas e situações desnecessárias, pois algumas coisas realmente não valem a pena.
Descobri que meus problemas até podem ser compartilhados, mas a decisão final do que fazer, é minha, ou seja, o problema é meu.
Percebi que vivo em um mundo doente, e tenho procurado alguns antídotos.
Adquiri, na marra, a virtude da paciência e da tolerância.
Aprendi a mensurar melhor o peso de tudo e a me dosar melhor em cada situação.
Aprendi a me defender.
Entendi que o silêncio, é com certeza, a melhor resposta.
Quanto mais o tempo passa, mais valorizo meus pais, e mais aprecio os valores que me passaram.
Descobri que tenho estima de certas pessoas, e isso não tem preço, por isso só posso dizer: gratidão.
Constatei que anjos realmente existem.
Senti que a bondade e amizade verdadeira ainda vivem.
Entendi o significado de viver um dia de cada vez.
Percebi que por mais tarefas ou problemas que eu tenha, não conseguirei resolver tudo em um dia, mas que em um dia, posso não mais resolver nada.
Percebi que o tempo presente é o que de fato eu tenho. O passado me deixou aprendizados e o futuro é imprevisível.
Percebi que a maioria das pessoas não são loucas, só fingem ser. Ironicamente, tenho usado a mesma tática, e tenho achado curioso como algumas pessoas reagem.
Entendi que não importa o que as pessoas pensem ou falem, o que fica comigo para sempre, é a minha consciência.
Compreendi que as vezes, dar um voto de confiança é necessário, pois não dou conta de fazer tudo sozinha.
Aprendi a praticar a gratidão por tudo, até mesmo pelo que acontece de ruim.
Aprendi a ouvir “críticas construtivas” com tolerância e respeito, mesmo vindo de pessoas que nunca construíram nada.
Aprendi a ser suave com quem é áspero comigo, pois entendi que é disso que precisam.
Aprendi a ser filtro, deixo a esponja apenas para lavar a louça.
Notei que não importa quantos anos eu vá acumulando no meu currículo, estando diante de uma criança, sempre serei outra.
Conheci o amor mais puro e leal, através de minha cachorrinha.
Descobri que quanto mais sedentária fico, menos disposição tenho, e que praticar atividades físicas é vital.
Comecei a sentir na pele, literalmente, a ação dos radicais livres.
A cada novo aprendizado, percebo o quanto sou pequena e ignorante, e o quanto tenho para aprender.
Compreendi que venha o que vier, é preciso enfrentar.
E por fim, a cada dia que se passa, mais tenho certeza de que Deus está em tudo e de que as coisas mais simples da vida, são as melhores e as mais importantes.
O HOJE COLORIDO
Nesta era digital, parece que o tempo tem passado tão depressa. É muito rápido para uma informação ser repassada, e a todo tempo respostas nos sãos cobradas.
Quem sofre de ansiedade, parece ter os sintomas agravados. Quem não apresenta este transtorno, está sob constante risco de desenvolvê-lo. É cada vez mais comum escutar e ler sobre ansiedade, pois tem sido demasiadamente diagnosticada.
Ao ir ao supermercado por exemplo, ao esperarmos em alguma das filas, ficamos usando o celular, seja para responder mensagens ou para olhar as redes sociais, como forma de distração.
Estamos tão ansiosos e acelerados que as vezes, segundos de espera nos deixam impacientes ou entediados.
Quando “finalmente” chega nossa vez de sermos atendidos, mal olhamos para atendente e pedimos logo o que queremos. Às vezes, ainda fazemos isso intercalado com o uso do celular.
A socialização tem se extinguido e com isso, muitos episódios saudáveis também.
Há dias ou alguns momentos, em que por mais que sejamos fortes, o mundo parece nos cansar, os problemas parecem se agravar e a vida parece embaraçosa demais para continuar. As vezes essas sensações demoram um bom tempo para passar, mas em algumas ocasiões, surge alguma pequena “luz no fim do túnel”, que nos ajuda, de alguma forma, a ver além.
Nos nossos dias cinzas, como é edificante recebermos, seja de quem for, um olhar atencioso, um gesto de boa vontade, um elogio ou uma palavra afetuosa. Tão bom quanto receber estes presentes, é poder também se doar, mesmo que quem receba não se importe muito, mas basta que para nós isso seja importante.
Às vezes é isso que precisamos aprender a praticar, mesmo nos piores dias, para que assim, o mundo ao nosso redor se transforme.
É nos sentirmos vivos diante do mundo, apesar de tudo, e fazermos com que o mundo nos sorria.
É soltarmos um pouco o celular, os problemas e apreciarmos o que está ao nosso redor, o espetáculo divino que se faz presente a todo instante e que se mostra de diversas formas.
“Ontem foi embora. Amanhã ainda não veio. Temos somente hoje, comecemos! Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz. ”
Madre Teresa de Calcutá
São nos pequenos gestos e em comuns situações do dia a dia, que temos a oportunidade de adquirir os mais consistentes aprendizados e as mais belas recordações de nossa existência.
O dia de hoje pode ser mais colorido, é só deixarmos florir para o mundo, o jardim que existe em nosso coração.
UMA NOVA COR
Meu sonho de infância,
Ser cientista
Cientista,
Não pude me tornar
Me tornei então,
Engenheira projetista
O que eu sempre quis,
Foi algo novo descobrir
Algo que ainda não existe
Algo que dentro de mim,
Em existir, insiste
O que eu quero criar,
É uma nova cor
Uma nova cor primária
Mas não a consigo imaginar
Não sei de onde veio essa ideia
Sei que comigo já nasceu
Algo que com o tempo, cultivei
E um sonho que comigo cresceu
Às vezes, me flagro no subconsciente
Onde fico tentando imaginar esta cor
Insistindo em a conseguir enxergar
Mas de mim, ela insiste em escapar
Como seria possível eu criar algo assim?
Eu não faço a mínima ideia
Acho que esta criação,
É para o arquiteto do universo
Não cabe a mim
De qualquer forma,
Com ela, fico a sonhar
Mesmo sabendo que apenas,
Mais fantasiadora ainda,
Passo a me tornar
Acho que para eu a conseguir imaginar,
Ainda me falta um sentido
Talvez uma visão mais apurada,
Ou algo que eu ainda
Não tenha desenvolvido
Seria uma cor representando
Coisas tão belas
Quanto o pôr do sol,
E tão extraordinárias quanto o mar
Algo que por aqui,
Ainda não se tenha onde empregar
Eu não a consigo ver
Mas a consigo sentir
E isso que me faz acreditar
Que ela pode sim,
Um dia e
Em algum lugar, existir!
CHAMADAS PERDIDAS
Helena, de meia-idade, dentista, no auge de sua carreira.
Uma pessoa muito querida por todos, sempre alegre e gentil.
Uma, do total de quatro sócios de uma clínica odontológica conceituada.
Sempre muito dedicada aos assuntos da clínica e da profissão. Extremamente atenciosa com os seus pacientes, e sempre muito preocupada com a satisfação destes.
Muitas vezes, não importava o dia e nem horário, caso o seu celular tocasse sendo devido a alguém que estivesse com dor, precisando urgentemente de um tratamento odontológico, Helena abandonava o que estava fazendo e se dirigia até a clínica, o mais rápido possível, para realizar o atendimento.
Estranhamente, nas últimas semanas, Helena passou a deixar a desejar sua participação na clínica. Muitos pacientes com horários marcados, tinham de última hora, de reagendar a consulta, pois Helena, repentinamente precisava sair.
Estas situações foram se repetindo, e começaram a gerar insatisfação aos demais dentistas da clínica, pois tratava-se de uma equipe, e quando um componente de maneira inesperada, abandona o grupo, as coisas entram em certo desequilíbrio.
Em alguns dias, os outros dentistas tinham que ficar trabalhando até mais tarde na clínica, para poder atender aos pacientes que Helena não prestou o atendimento naquele dia, ou pacientes que já haviam reagendado a consulta.
Começaram também a surgir reclamações de alguns pacientes, pois tinham diversos compromissos e reservaram um tempo para ir até a clínica e não conseguiam o atendimento que estava agendado.
Com cada vez mais frequência, Helena repetia essas saídas inesperadas do trabalho, sem dar muitas explicações e sendo de certa forma, indiferente e desprezível com os demais que ali estavam.
Na última sexta-feira, metade da tarde, Helena saiu da clínica, novamente sem dar muitos esclarecimentos. Haviam ainda pacientes a serem atendidos por ela, e os demais dentistas já estavam com seus horários lotados.
Ao término do atendimento dos pacientes, os três dentistas que estavam na clínica, se reuniram, estavam com o sentimento de revolta e de total decepção em relação à Helena. Decidiram então, realizar uma reunião com todos sócios, tendo principalmente a participação de Helena, para exporem sobre a insatisfação diante da forma em que esta estava agindo naquelas últimas semanas.
Ligaram então para Helena, afim de agendar para a manhã seguinte, no sábado, a reunião. Foram diversas tentativas de contato fracassadas. Helena não atendeu a nenhuma das ligações. Os sócios, ficaram ainda mais irritados.
Na manhã seguinte, houve a notícia de que Helena entrou em processo cirúrgico na noite anterior, mas que devido à gravidade da situação, não resistiu a cirurgia.
Nas últimas semanas, Helena estava passando por diversos sintomas patológicos e foi diagnosticada com tumor no cérebro.
Por motivos ocultos e próprios de Helena, a mesma optou por não compartilhar esta situação com os colegas da clínica. Os colegas, por um motivo ou outro, não buscaram saber do que se tratava toda a ausência de Helena, julgavam e viam apenas como indiferença e desprezo a eles e aos pacientes.
Muitas vezes, nos importamos apenas com nossos interesses, julgamos e condenamos todos aqueles que estão agindo de forma contrária ao que esperamos. Poucas são as vezes em que buscamos ver além e compreender o que de fato, se passa nos bastidores desta imprevisível peça de teatro, a qual podemos fazer parte ou apenas assistirmos.
NÃO! PORQUE NÃO!
Nem sempre eu dizer “sim”,
Será conveniente para mim
Muitas vezes o “não”,
Será o meu aliado
Dizer “não” nem sempre me é fácil
Algumas vezes, parece-me doer
Mas preciso também, pensar em mim,
E o “não”, saber dizer
Eu também recebo “não”
E não são poucos
Nem sempre aceito todos, eu sei
Mas todos, compreendo
Quem é meu amigo,
Ao escutar meu “não”
Me compreenderá e aceitará
Não ficará por isso, aborrecido comigo
Saber dizer “não”, é necessário
Descabível é dizer sempre “sim”
Se para tudo, eu disser “sim”,
O que será de mim?
Não posso!
Não quero!
Não devo!
Não vou!
Não sou obrigada!
Não! Porque não!
O LIXO NO ELEVADOR
Para quem tem uma rotina corrida e vive em constante pressão, o início da semana sempre é mais conturbado.
Em alguns momentos do dia não é possível conseguir um tempinho para dar uma “espiada” nas redes sociais ou nos grupos de WhatsApp, então a noite é a hora de colocar isso em dia.
Hoje, início da noite, cheguei em casa, “me arrastando”, sentei no sofá e comecei me atualizar dos grupos em que faço parte no WhatsApp.
Para me cansar ainda mais, novamente uma discussão no grupo das vizinhas do condomínio onde resido, o tema do arranca-rabo: “o lixo no elevador”.
Entendo que independentemente de quem vá descer com o lixo, se é o morador, a secretária, a criança ou que seja o cachorro, o lixo deve estar devidamente vedado a fim de não liberar mal odores e nem resíduos. Não importa se é o elevador social ou o de serviço que será utilizado para isto, pois ambos devem ser mantidos limpos e em perfeito estado de utilização, ou você acha que quem está com pressa, querendo pegar o elevador, vai esperar chegar o social se o de serviço está disponível?
Enfim, isso seria uma visão tentando analisar com bom senso a funcionalidade dos elevadores. Porém os tópicos abordados na discussão foram: preconceito, soberba, “quem dita as ordens”, arrogância, prepotência, responsabilidade e escolhas do outro.
Com isso, percebo que as vezes algumas pessoas não conseguem se expressar direito e outras não se esforçam para entender. Está aí a fórmula perfeita das intrigas.
A convivência com algumas pessoas nem sempre é tão simples o quanto parece, mas também não é tão complicada o quanto dizem.
O segredo da boa convivência é evitar ser muito lembrado, procurando não se manifestar ou marcar presença.
“Ah, mas então você aceita tudo, não discorda de nada, não expõe sua opinião, não tem personalidade. ”
Nem sempre calar é consentir, o silêncio também é uma ação, talvez uma das mais sábias ações.
A humildade também é uma nobre ação, e admitir um equívoco e buscar se redimir, é ter o poder de desarmar qualquer soldado.
A convivência com outras pessoas, é estar sempre com a tolerância colocada a teste. E é sempre preciso lembrar que não devemos jogar aos outros, o lixo que não queremos para nós.
INCOERÊNCIAS – “MÃE”!!
Já conheci algumas pessoas cruéis
E pensei que talvez não tiveram uma mãe
Porque se a tivessem tido,
Sobre o amor, com ela teriam aprendido
Já vi uma mãe criar dez filhos
E já vi dez filhos não cuidarem de uma mãe
Já vi gente reclamar da própria mãe
Dizendo que está não soube ser como deveria ter sido
E mais tarde, vi essa mesma gente
Ouvindo as mesmas queixas de seu filho
Já vi a guerra separar mães e filhos
E nesse momento senti desespero
Já ouvi histórias de mães que abandonaram suas crianças
E já vi muitos casos de mulheres
Que de conseguir ter, nem que seja apenas um filho,
Não perdem as esperanças
Já vi a ingratidão mais árdua
A decepção mais dolorosa
Que vêm de quem menos se espera
Por quem se fez de tudo e mais um pouco
Já vi um filho desrespeitando sua mãe
Com palavras sórdidas que rasgavam a alma
E vi essa mãe quieta, suportando cada golpe
Com medo de ser abandonada
Ou por receio de ser ainda mais maltratada
Já visitei asilos
E dos olhos de quem havia sido mãe
Vi lágrimas caindo
Junto com as lágrimas,
Um olhar com a esperança
De um dia terem a notícia de que lhes visitar,
Seus filhos estariam vindo
E deixariam de ser apenas uma lembrança
Já escutei histórias de mães,
Que após perderem seus filhos
Nunca mais foram as mesmas
Uma parte muito especial delas,
Junto se foi
Também já vi mães no leito da morte
E pelo orgulho,
Filhos lá não apareceram
Sobre o amor e perdão, se esqueceram
Em homenagem ao dia das mães,
Já li lindas mensagens em redes sociais
E no outro dia,
Vi o mesmo que homenageou,
Se contradizendo demais
E por fim lhes conto que,
Já vi muitas mulheres terem filhos
Mas vi poucas serem mãe!
A VIDA DO SOL E O SOL DA VIDA
A estrela que mais brilha
Que aquece
Que ilumina
Que dá vida e
Que queima
Anuncia o dia e
Se esconde para a vir noite
Da agitação diurna para
O sossego do descansar
Do leste para o oeste
Da noite para o dia e
Do dia para a noite
Tem dias que abrasa
Em outros, acolhe
Às vezes, parece passar rápido demais
Outrora, parece se estabilizar
Tem todo o céu para si
De repente uma nuvem o oculta
É fonte de energia inesgotável
Nunca deixa de existir
Estando partindo, ao anunciar a noite
Desperta sensibilidade
É o pôr do sol que ao se ir
Diz muito e fala pouco
Se indo no silêncio do horizonte
Relembra muito
Traz saudades
Renova a esperança de dias melhores
Amanhã de novo virá
Se eu não aqui mais estiver
Ele estará
Sou pequena diante dele
Mas ele é gigante diante de mim
Que o sol nunca me deixe
Mas que eu nunca deixe de ser sol
DIAS CHUVOSOS
Mais um dia chuvoso em minha existência terrena.
Lá fora, a chuva molha toda a superfície. Aqui dentro, posso escutar seu som ao bater no telhado, como se estivesse tentando atravessá-lo.
A chuva, ao perceber que suas gotículas são mais frágeis que o telhado, se conforma e escorrega pelos caminhos mais fáceis. Vai contornando os obstáculos e seguindo um fluxo até onde meus olhos já não podem mais alcançar. Oh chuva, como você ensina.
Um dia chuvoso é um dia especial.
Normalmente as pessoas preferem dias de sol a dias de chuva. Já eu, ah eu prefiro os dias chuvosos!
Eu digo que a chuva restaura, que a chuva acalma e que um dia chuvoso, é uma oportunidade de analisarmos o quanto somos apressados, em tudo o que temos feito nesta existência. A chuva, parece querer nos lembrar a benção que é temos pulmões perfeitos. Permite-nos observarmos o fenômeno da respiração.
Sutilmente, a chuva obriga-nos a sermos mais cautelosos, como por exemplo nos fazendo ter mais prudência no trânsito.
Vôos são adiados, compromissos cancelados. Resultados parecem ficar comprometidos.
Alguns reclamam. “Oh chuva, logo hoje! A previsão era de dia ensolarado! ”
A irritação parece não acalmar a chuva, que continua a cair e parece não se cansar.
O tempo produtivo de um dia chuvoso, tende a ser menor. Diversas atividades ficam comprometidas devido à chuva que cai.
“Era tudo ‘para ontem’ e agora com esta chuva, atrasou tudo de vez.”
O mundo parece que “vai acabar”, porque haverão atrasos devido à chuva. Ah, como sou tola, esqueci-me que “tempo é dinheiro”, e é isso o que importa, não é mesmo?
Nestes dias chuvosos, percebo que o empecilho em questão não é a chuva.
O problema é pensarmos que tudo tem que ser conforme planejamos. Tudo tem que estar sob nosso total controle. Tudo tem que gerar lucros e vantagens. Perder é inadmissível.
O universo, de alguma forma, seja através da chuva por exemplo, insiste em nos sussurrar o quanto somos pequenos.
Diante de nossa impaciência, devido à chuva que não cessa, o universo manda a seguinte mensagem: “É isto mesmo, está a chover, logo hoje, logo neste dia, logo neste momento, para que de uma forma simples e prática, possa lhe mostrar que você não tem controle de nada além do que Eu permita”.
APESAR DE TUDO, “P E R D Ã O”!
Nesta existência, uma hora ou outra nos deparamos com situações que nos sãos difíceis de lidar. As dificuldades em que conseguimos “dar a volta por cima”, acabam nos servindo de aprendizado e nos mostram a nossa capacidade de suportar e de superar as adversidades.
Dentre os mais diversos e variados tipos de acontecimentos ruins ou desagradáveis que nos ocorrem, aqueles em que sugerem nosso perdão, são alguns dos mais dolorosos.
Certas situações, decorrentes de atitudes alheias a nosso respeito, muitas vezes são capazes de desestabilizar nossa estrutura emocional. Por consequência, ficamos abismados, decepcionados, tristes e passamos a até mesmo a alimentar o sentimento do ódio.
Um dos maiores desafios que temos é conseguir perdoar. Podemos dizer que perdoar não se trata apenas uma ação emocional, mas é uma arte.
Passamos por momentos, ou então nos são compartilhadas situações, em que acreditamos que não há remissão para alguns erros que foram cometidos.
Julgamos as falhas, e muitas vezes não encontramos justificativas coerentes para tais. Não compreendemos porque se agiu de tal forma ou como é possível ter agido de forma tão maldosa ou tão desprezível em relação às consequências e aos sentimentos de quem se atingiu.
Sofremos, ficamos desconsolados, amargurados, receosos. As vezes, desejamos reproduzir dor igual ou superior a qual fomos submetidos. Desgastamo-nos.
Não perdoar, nos submete a carregamos em nossa caminhada, um fardo que não nos é necessário, uma carga que não nos pertence, e que apenas dificultará ainda mais nossa trajetória.
Não evoluímos moralmente, agindo da mesma forma ou de maneira pior a de quem nos feriu. E ao regarmos mágoas e ressentimentos, será impossível colheremos frutos bons.
Perdoar, não é sinal de ingenuidade, não é simplesmente aceitar o que nos foi feito, ou nem mesmo falta de amor próprio. Pelo contrário, perdoar é um favor que se faz a si mesmo. Trata-se de tirarmos uma lição daquela situação, e buscarmos não fazer com os outros o que conosco fizeram, seguindo adiante, mais leves, com a consciência tranquila, e sabendo que não somos donos daquilo que não praticamos.
Aqueles que nos machucaram, devemos então perdoá-los e nos esforçarmos para sermos, apesar de tudo, bondosos para com eles, e desejá-los luz, pois evidenciaram que aquilo que necessitam, é nossa caridade e amor.
Sermos bons com quem é bom conosco, não é nada mais do que nossa obrigação. O que nos faz evoluir moralmente, é a capacidade de sermos bons com quem conosco é mau, é buscarmos ser, acima de qualquer situação, amor.
Somos humanos, estamos em constante evolução e aprendizado. O quão perfeito cada um é que não tenha “teto de vidro”? O quão infalível somos? Quanto um é superior ao outro a fim de ser incapaz de perdoar e somente julgar? Será que somos capazes de sempre cumprir com tudo aquilo que cobramos dos outros?
“…perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido…”
Além de termos dificuldade em perdoarmos quem nos fere, temos também dificuldade de perdoarmos a nós mesmos. Quantas vezes nos julgamos e nos punimos por pensarmos que poderíamos ter feito algo melhor ou de forma diferente?
Questionarmos nossos atos é importante, observarmos as consequências e termos consciência destas, é indispensável. Mas permanecermos por muito tempo nos lamentando, é perda de tempo. É preciso extrairmos aprendizado e seguirmos adiante, pois não é no passado em que se vive. Já nos bastam aqueles que temos que perdoar, não seremos então nossos próprios vilões.
Perdoar,
Seja a você mesmo,
Seja a quem for,
É antes de tudo,
Ser amor.
Perdoar,
É libertador.
VOCÊ NÃO É UMA ÁRVORE
A decisão de sair da zona de conforto, vem sempre justificada por necessidades pessoais que temos, e cada um às compreende de sua forma.
Alguns não têm esse anseio. Talvez ainda não encontraram a necessidade disto, ou as condições em que se encontram, lhes é suficiente.
Outros têm receio do desconhecido, do incerto. A ideia de arriscar “trocar o certo pelo duvidoso”, ou de ter de ficar longe de casa, de permanecer muito tempo sem estar com a família, os amigos, não lhes parece nada agradável. Enfim, imaginar sair para fora daquela “placenta” onde vivem, lhes angustia.
Quando você está acostumado a viver em uma rotina confortável, não é nada fácil subir até o topo da montanha, olhar para o abismo a sua frente, olhar para trás e ver o que está deixando, e mesmo assim ter ânimo de bater as suas asas e tentar voar.
Deixar a zona de conforto é ir atrás de novos desafios, é ir à procura de oportunidades, ou de até mesmo criá-las. Você se torna o empreendedor de uma empresa chamada “sua vida”.
Nesse empreendimento, você tem que estar motivado pelos resultados positivos que lhe aguardam lá na frente. Mas também deve estar ciente dos obstáculos nada simples que virão, pois como todo bônus, existe o ônus. E mesmo assim, persistir, até que sua consciência leve e de dever cumprido, lhe diga, “não foi fácil, mas consegui”.
Dali para frente estarão as situações onde você mais irá errar, mais terá que lutar e mais irá sofrer. Porém, será a partir dali, que você mais irá adquirir sabedoria e onde mais irá evoluir.
Existirão muitas fases de mudanças e adaptações. Algumas circunstâncias fugirão do seu controle e do seu planejamento. Será preciso buscar modificar o que poderá ser mudado, e será preciso se adequar ao que não puder ser ajustado.
“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças. ”
Sair da zona de conforto é ir atrás daquilo que faz seu coração vibrar. É buscar por algo que você sente que precisa fazer para preencher algum tipo de vazio que lhe exista, mas não um vazio relacionado à matéria, mas sim à sua bagagem de vida, algo que ficará com você mesmo depois que perder todo o resto.
É se arriscar, e principalmente, é estar disposto a dar o seu melhor. É compreender que as vezes, mesmo que você faça tudo o que puder, isso não será suficiente, e mesmo assim continuar tentando.
Uma hora o insucesso pode ser inevitável, e neste momento, que de fato, você mostra quem você é.
“Chegar ao fundo do poço, é inevitável; permanecer lá, é optativo. ”
É preciso ter disposição e otimismo, para que mesmo em meio ao caos, ser capaz de encontrar alternativas, soluções, e alavancas para progredir.
Depois que você passa por algumas situações complexas, você passa a analisar muitos detalhes que antes lhes passavam despercebidos. Passa a valorizar o que lhe parecia trivial.
Em relação aos seus pais, especialmente, você percebe que quando vivia junto deles, “era feliz e não sabia”. Ah, como ao final daquele dia tão atordoado seria apropriada uma companhia fraterna, simples, amorosa. Uma conversa distraída, uma refeição preparada com amor e com carinho. Tudo parece ficar mais fácil quando você tem seus pais por perto.
“Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer? ”
Antes, você os criticava, hoje você se compara a eles, compara sua época com a mesma época deles, compara as oportunidades que tiveram com as que você tem, e você conclui que eles foram heróis. Você faz uma autocritica, buscando saber se está dando o melhor de si.
Você amadurece e também cria seu próprio estilo de vida. Quando você visita seus pais, sente-se um pouco deslocado. Todos aqueles costumes lhes são familiares, porém você percebe criou seus próprios hábitos. Você nota que vocês são tão parecidos, mas ao mesmo tempo, são bem diferentes. Percebe que este tempo longe, tem te moldado.
Às vezes, você deixa de ligar ou mandar mensagens para seus pais. Eles ficam tristes, revoltados, entendem que você está “tão bem” que lhes esqueceu. Bom se fosse isso mesmo! Quantas vezes você evita se comunicar para não deixar transparecer o “chão que desaba aos seus pés”, para poupá-los de preocupações. Ou esforça-se, ao fingir que está tudo bem, quando na verdade está tudo de “cabeça para baixo”.
Nestes períodos fora da zona de conforto, você encontra amigos no caminho. Alguns se tornam seus irmãos, e outros você descobre que na verdade, nunca foram seus amigos. Alguns apenas se aproximam por algum interesse e outros se afastam pelo mesmo motivo.
Existem comentários levianos de quem não está “calçando seus sapatos”. O segredo é não dar ouvidos e seguir seu caminho, pois só você sabe o que tem passado e só seu coração é capaz de descrever onde você quer chegar.
Em alguns dias você não está com sua a saúde 100%, ou por um motivo ou outro, seu dia simplesmente está “nublado”. Mas mesmo assim, tem que seguir em frente com o que lhe compete. O mundo não é como sua mãe, que se comove e lhe serve um chá. O mundo não para porque você não está num dia bom. “Quer um chá? Faça você mesmo, quando conseguir! ”
Também existe algo muito especial nestas idas e vindas. Refere-se à quando você volta para o lugar de onde partiu. Você sente gratidão. Gratidão por aqueles que mesmo à quilômetros de distância, sempre estiveram com você. Gratidão também por pessoas que de você, achava que nem se recordavam, e num dia que você pede uma ajuda, te ajudam e te dizem “claro que eu me lembro de ti, no que puder, vou te ajudar”, são luz em sua caminhada. Estas coisas não têm preço, por isso que podemos apenas dizer: “gratidão”.
Sair da zona de conforto é libertador, é gratificante, é se sentir capaz de alcançar seus objetivos com seus próprios méritos.
É se levantar mais forte a cada queda, sempre levando no bolso um bilhete dizendo para evoluir, mas sempre preservar a sua essência, assim como “uma árvore troca suas folhas, mas mantém suas raízes”. A diferença entre você e uma árvore, é que esta é fixa onde está e você tem a oportunidade de ir para onde quiser.
“Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste. ”
SERZINHO DE LUZ
De todos os presentes que já ganhei,
Tu és o mais precioso
Uma criatura divina
És sobretudo, repleta de luz
De tudo o que conheço, és o que há de mais amoroso
Confesso que, tinha certo receio em te ter
E hoje, parece-me que sem ti, desaprendi a viver
Tu tens o olhar mais sincero,
Um coração tão doce e puro
Por perto de mim, sempre te quero
Palavras, tu não sabes pronunciar
E nem precisas,
Dizes tudo e muito mais, apenas com um olhar
Em certos momentos, preciso de alguém que apenas esteja comigo
Que não me critique,
Que não me julgue
E tu sempre estás lá,
Me olha, me beija, me consola
Faz-se o meu melhor abrigo
Minha companheirinha,
Se existe melhor terapia que a tua amizade, desconheço
Contigo, nunca estou sozinha
Tantas vezes tenho que sair e preciso te deixar
Tu ficas triste, eu sinto
Mas mesmo assim, sempre me esperas
Não é por isso que deixas de me amar
Minha criança,
Com tua luz,
Tu renovas minha esperança
Em minha vida, tu és uma benção
Me ensina a ter paciência,
Me arranca risos, me diverte,
Traz amor e paz ao meu coração
Eu te conto sobre as coisas deste mundo,
Tu prestas atenção
E pareces compreender tudo em um segundo
Tu tens cama e sofá para se deitar,
Mas tua singeleza mostra que o essencial não está nas coisas
O piso te basta para descansar
Quem me dera eu fosse tão extraordinária o quanto tu tens concluído
Sou muito imperfeita
Mas contigo, tenho evoluído
Eu preciso mais de ti do que tu precisas de mim
O que eu levo tempo para aprender, tu já tens para me ensinar
Tu és luz, de magnitude sem fim
Obrigada por existir
E em mim sempre insistir
Se o destino me contrariar e antes de mim te levar,
Vou plantar contigo, um ipê amarelo em um jardim
Minha árvore preferida
Com a amizade mais verdadeira que tive em minha vida
A inspiração deste poema,
Um anjo em minha vida
Sem asas, mas com quatro patas,
Que ficarão para sempre, em meu coração desenhadas…
P.S.: Dedico, com todo o amor que há em meu ser, este singelo poema, a minha querida cachorrinha “Luna”, e também a tantos outros seres que assim como ela, são luz em nossa existência.
1/3 de 2019
Em torno de três meses atrás, chegou o ano de 2019. Tantas notícias de acontecimentos negativos têm nos encontrado. Ficamos perplexos, horrorizados, espantados.
Parece que a cada ano que se passa, o mundo fica pior e com base nisso, começamos a acreditar que cada vez será mais difícil ter segurança, criar filhos, ter uma vida “normal”.
Surge a impressão de que criamos o hábito de alimentar notícias ruins. Toda notícia gera um alvoroço, especulações, um sensacionalismo, um exagero. Parece que estamos esperando que coisas cada vez piores aconteçam.
Já tentamos procurar entender o porquê de tantos acontecimentos ruins? Será que tudo que tem ocorrido não serve para tirarmos alguma lição e mudarmos alguma coisa, começando por nós mesmos?
Criticamos os governantes, os empresários, a internet, as escolas, os pais, e tudo que estiver cabível de receber crítica.
E nós, temos nos autocriticado?
O que temos feito de positivo em relação a tudo de ruim que tem acontecido?
Ou melhor, o que temos feito de bom que ajuda a melhorar o mundo, mesmo que seja algo pequeno? Veja, “algo que ajude a melhorar o mundo”, não apenas algo em função de nosso próprio umbigo.
Representa que quanto mais bens obtemos, mais queremos adquirir. Quanto mais conquistamos, mais queremos apoderar. Nada nos parece ser satisfatório.
A ambição é uma virtude, nos impulsiona, nos leva para frente, nos tira da zona de conforto, nos faz evoluir.
A ganância, nos perverte, nos cega, nos torna escravos de nós mesmos.
Nosso tempo é cada vez mais corrido, tudo é para “ontem”.
“Tempo é dinheiro! ”
Não conseguimos um tempo para dar atenção aos nossos filhos, ao nosso lar, à nossa família. Mas conseguimos tempo para coisas fúteis e supérfluas.
Paciência tem se tornado uma virtude rara. O estresse tem nos consumido.
Para “compensar” nossa ausência para com nossos filhos e para que estes não fiquem nos “atordoando”, insistindo que “contamos-lhes histórias” ou que brinquemos, lhes damos celulares, tablets, etc.
Nessa peça de teatro chamada “problemas do mundo”, entendemos que não somos os vilões, somos apenas “os mocinhos indefesos”. Será isso mesmo?
Não compreendemos porque as coisas tomaram o rumo em que se encontram e porque a geração atual é de tal forma tão “complicada”.
Será que temos nossa parcela de culpa em tudo de negativo que tem ocorrido ou, somos apenas vítimas?
Facilmente criticamos, por exemplo, o filho do vizinho porque jogou lixo no nosso quintal. Reclamamos, ficamos irritados e até mesmo raivosos. Mas quando foi que chamamos essa criança para conversar ou instruir? Não fazemos isso pois não é nosso filho, “os pais que devem educar, ou a escola”.
Evitamos o diálogo porque entendemos que algumas coisas não são de nossa responsabilidade e também pensamos que arrumaremos confusão para nosso lado. Não temos tempo e nem disposição para isso, pois estamos ocupados demais com nossos afazeres e interesses próprios.
Uma ação de boa vontade, um pouco de sabedoria ao se expressar, a busca de um diálogo inteligente e sensato, é capaz de “derrubar muros e construir pontes”.
Como disse Buda, “jamais, em todo o mundo, o ódio acabou com o ódio; o que acaba com o ódio é o amor. ”
A todo momento existe algo no mundo em que podemos contribuir de forma positiva. Porém cabe a cada um abrir ou fechar os olhos para a realidade que nos cerca.
Também é válido mencionar que muitos que fazem boas práticas, são motivados por sua vaidade. Atuam na busca de reconhecimento, pela necessidade de “aparecer”, e não pelo exercício do bem em si. Sejamos sinceros em nossas boas ações. É preciso verdade para colher resultados permanentes e consistentes. “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita”.
Tempo para semear e cultivar o bem, sempre existe. Nós somos donos do nosso presente. O nosso tempo, somos nós que criamos. Temos o poder de definir as prioridades e o que realmente importa. Podemos escolher os frutos que queremos colher, conforme o que semearmos.
Vamos parar de maldizer o planeta Terra, ele é um lugar bom, temos tudo o que precisamos, só que não sabemos usufruir. O problema não é o mundo, o problema somos nós mesmos.
Mais cedo ou mais tarde, teremos que prestar contas da nossa inutilidade humana. No caso, parece que isso já está acontecendo.
SERIA UM OBSTÁCULO OU UMA LUZ NO CAMINHO?
Sexta-feira, fim de tarde e término de uma semana densa.
Ah, como é bom ir para casa!
Indo eu para casa, devagar, notando o sol também indo embora.
Observando a avenida, seu canteiro central garboso, com grama verdinha e palmeiras majestosas, e no centro, pista de caminhada e ciclovia.
Pessoas praticando atividades físicas, caminhada, corrida, andando de bicicleta e alguns passeando com seus cãozinhos.
Até que um cãozinho me chama a atenção. Não pude ver de onde surgiu, quando o vi já estava atravessando um dos lados da rua, cuidadosamente e com o rabinho espanando. De pequeno porte, marronzinho e não parecendo ter uma raça definida. Ia decido em direção ao canteiro central.
Olhei então em direção a este canteiro, procurando encontrar o que lá havia que motivava aquele cãozinho a ir até aquele lugar.
Vi uma moça passeando com sua cachorrinha, branquinha, graciosa, de pequeno porte e do tipo que “acabou de sair do pet shop”. Então entendi o que levava o cãozinho a ir até lá. Sorri em silêncio.
Logo em seguida, quando o cãozinho chegou no seu destino, minha face teve a expressão alterada bruscamente.
O cãozinho, ao tentar se aproximar da cachorrinha, foi estupidamente chutado pela dona da cachorrinha.
Por alguns instantes fiquei perturbada, e me questionando de que forma uma pessoa que tem um “serzinho de luz”, (forma que costumo chamar os cães), pode maltratar um ser do mesmo tipo?
Os cães nos ensinam muito. A principal lição que nos passam é o amor.
Não importa a raça, não importa de onde veio, não importa coisa alguma, pois nada justifica uma atitude assim.
Tive vontade de ir até aquela moça e falar alguma coisa, mas não consegui, fui covarde.
Agora, sinto-me mal, sinto que deveria ter feito alguma coisa a respeito daquela atitude negativa.
O que me resta é fazer algo positivo em relação a este tipo de situação, e não perder a esperança na humanidade, nos seres “racionais”.
O QUE OS OLHOS NÃO ALCANÇAM
Se observarmos ao nosso redor ou antes disso, em nós mesmos, perceberemos que boa parte do que vemos tem algo escondido, algo que não conseguimos ver.
Seja o sol encoberto pelas nuvens, um horizonte por trás dos prédios, os galhos de uma árvore ocultados por suas folhas. Nós mesmos, vestidos por nossas roupas, e nossa alma revestida pelo nosso corpo.
Certas coisas não podem ser vistas e nem tocadas. Algumas vezes imaginamos o que há por trás do que enxergamos, e em alguns momentos aceitamos apenas o que vemos, sem ir muito além.
Obviamente, gostamos do belo, do confortável, do sofisticado, enfim, do que é agradável aos olhos.
Em um primeiro momento, são as virtudes que nos chamam a atenção e nos atraem.
Quase que involuntariamente, rejeitamos tudo aquilo que julgamos feio ou com defeito. Fazemos isto para coisas e as vezes, para pessoas.
Para as flores, assim como tudo o que existe neste mundo, existem diversos tipos, cores e formas.
As rosas são belas, delicadas, perfumadas, enfim, são encantadoras.
Já os cravos, comparados às rosas, são mais imperfeitos, mais rudes, mais singelos, menos atraentes.
As rosas então, nos ganham. Os cravos, deixamos de lado.
Ficamos tão encantados com as rosas que nos esquecemos que é preciso ter certo cuidado com elas, pois possuem espinhos. Os cravos não nos cativam, porém, não nos ferem.
Como se diz, “nem tudo que reluz é ouro”. Assim como nem tudo o que é imperfeito é ruim.
As vezes julgamos pela aparência. Deixamos de ver o que há por trás disto, a essência.
Como diria o Pequeno Príncipe, “o essencial é invisível aos olhos. ”
Todo o resto, tudo que o vemos e podemos tocar, é supérfluo, é matéria.
É preciso sentir com os olhos, e ver com a alma.
AUTENTICIDADE
As tendências ou o que está “fazendo sucesso”, têm conseguido corromper a nossa autenticidade. Não podemos atribuir a culpa a nada e nem a ninguém pela nossa leviandade e incapacidade de discernimento frente ao que nos é apresentado.
Constantemente, mostram-nos tendências, sejam estas, referentes à moda, comportamento, beleza e até mesmo ideias.
Certas coisas que há algum tempo atrás questionávamos e repudiávamos, hoje aceitamos, incorporamos e até mesmo “aplaudimos”. Será isto indício de evolução ou de retrocesso?
O quão influenciáveis somos? O coletivismo tem nos dominado tão facilmente? Será que nos cansamos de hesitar ao que nos é imposto e acabamos cedendo? Ou ainda pior, será que de fato, sentimos necessidade de estarmos inseridos em um meio onde precisamos “passar uma imagem”, nem mesmo que isto custe nossa autenticidade? Lamentável, seja qual for destas hipóteses.
“Odeio amarelo! Ah, mas está na moda. Vou começar a usar! ”
“Maria vai com as outras”, nos define.
Temos vivido muito de aparência, com características que não nos pertencem, deixando-nos levar por tendências ou ideias, que não nos são genuína.
A imagem, a impressão, a necessidade de aceitação, a ânsia de fazer parte de um grupo e o desejo de ser notado, têm nos feito ultrapassar as fronteiras do bom senso, e distanciando-nos de nossa autenticidade, tornando-nos frustrados.
Por indisposição ou vaidade, estamos perdendo nossa essência.
Será que estamos sendo “metamorfoses ambulantes”, ou sendo apenas lagartas tontas andando em círculos?
PROFISSÃO: ENGENHEIRO CIVIL
– “Você trabalha com o que?”
– “Sou engenheiro Civil.”
– “Ah, sim! Desenha casas e prédios. ”
Breve conversação de um transeunte com um engenheiro civil.
O engenheiro civil é genericamente visto como profissional que “desenha casas e prédios”. Sim, engenheiro civil também pode desenhar casas e prédios, mas não é limitado a isto e por trás de cada engenheiro civil, há muito estudo e responsabilidade.
Na construção civil, além de uma fachada exuberante, por exemplo, existe uma estrutura que sustenta não somente esta fachada, mas toda a edificação.
Constantemente, somos influenciados por nossa própria natureza humana, a falar e opinar com base no que inicialmente nossos olhos conseguem alcançar.
Ficamos extasiados com uma arquitetura harmônica, condizente com a necessidade da edificação. No entanto, raramente questionamos o que sustenta tudo aquilo que visualizamos. Não vemos, portanto não importa muito, o que vale que é o que está a nossa frente.
Sendo assim, o engenheiro civil raramente é lembrado e quando é anunciado, é visto como arquiteto, “Ah sim! Desenha casas e prédios.”
O pilar que não fica no centro de uma sala, a sacada que impressionantemente parece ficar suspensa para fora da edificação, o teto que não sucumbe às nossas cabeças, enfim, a compatibilização eficiente da arquitetura com a estrutura de sustentação, e a estabilidade de tudo isto, cabe ao engenheiro civil. Papel importante deste indivíduo não é mesmo?
É uma lástima que o engenheiro civil seja, na maioria das vezes, lembrado somente quando surge um problema em uma obra. “Chama o engenheiro que ele resolve”.
No momento de o cliente assinar o contrato de prestação de serviços com o engenheiro civil, o tal contrato parece uma piscina, de “tantas lágrimas” que caem dos olhos cliente para que o engenheiro reduza o valor da proposta. “Mas está muito alto este valor, é uma coisa simples.”
Pode-se ainda acrescentar que a atual situação econômica do país, não tem contribuído positivamente para esta profissão.
São diversos engenheiros civis saindo da graduação e não encontrando trabalho na área.
É pouca demanda para o número de engenheiros civis que existem.
Quem já atua na área, se mantém. Quem está em busca de uma oportunidade, infelizmente tem se deparado com muitos “não” ou até mesmo ficando sem respostas. Quando, quase que milagrosamente, se consegue uma inserção neste mercado, a responsabilidade do engenheiro civil continua sendo grande, porém o salário é incoerente com a função.
Levando-se em consideração a clássica desvalorização do profissional e a economia atual, pode-se concluir então, que hoje em dia ser engenheiro civil não é fácil!
Meu nome, Ana Roberta.
Minha profissão, engenheira civil.